Afastei os medos e convidei a liberdade.
Ela já estava pensando em se aposentar ou buscar
outros refúgios.
Aqui não se ouvem a si próprios. Aqui não se ouvem uns
aos outros. Aqui não dão ouvidos à sensível interpretação de parênteses e
senões.
Mas ela, a liberdade, veio e aceitou uma xícara de
chá.
E cumprimentou meu gato, minha gata, as borboletas
dentro do armário e os livros da estante.
Maçã
com mel.
Então afastei o tímido silêncio e convidei também a
música.
Ela também veio, e dessa vez chegou um pouco mais
alegre.
Trouxe tipos variados de sonhos, macarons e doces
pequeninos (como mini brigadeiros de morango).
Mas precisávamos de mais consistência (...).
Então chamamos o espírito que habita em cada livro
desta ou daquela estante, e ele também veio.
Ele nos pediu precaução e nós prometemos guardar o seu
segredo.
E assim passamos algumas horas agradáveis, mas já era
o momento da realidade voltar para casa.
A realidade queria expulsar todos os convivas e as
minhas convidadas e o espírito dos livros desta ou daquela estante.
Mas não
o permiti.
Deixei-a sentada sozinha na mesa e fomos jantar uma
pasta italiana (...).
Liz
Christine
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