E então, o gato sonhou. E havia música e uma mesa de
sobremesas. A mesa tinha cannoli, tiramisù, cerejas, damascos secos, tâmaras,
macarons, madeleines, café coado e chantilly artesanal. E a música era um
pizzicato. E então, o gato acordou e viu uma mariposa lá no teto do banheiro
humano. Mas não quis caçá-la e a deixou
voar até o quarto principal, de onde ela saiu pela janela com rede de proteção.
Todas as janelas do apartamento tinham rede de proteção. Era o quinto andar. E
o gato pulou na janela da sala e ouviu miados vindos das redondezas. E então, o
gato miou também, e depois quis anotar seu sonho e descrever o recheio do
cannoli e a doçura das cerejas. Mas logo desistiu, estava entediado, sozinho em
casa. E adormeceu de novo. E sonhou, desta vez apenas com cerejas e damascos
secos. E acordou quando ouviu o barulho
da chave na porta. Era ela, sua humana, com algumas sacolas de supermercado. E
o gato logo correu para inspecioná-las todas. Havia queijo brie, que o gato
adorava (mas não o deixavam degustar) e café, entre outros produtos. Ela fez
café, e o aroma agradava ao gato.
Liz Christine
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