Ela
cortou meus pensamentos. Eu estava quieta, sentada na grama, lendo um livro,
quando ela chegou e me disse que Pirandello havia dito novamente que deveríamos
todos estar em silêncio.
Meu
sonho disse "buongiorno",
eu respondi "buona giornata, mon lapin, ma lapine, ma chérie, mon chaton" - meu sonho perguntou
"c'est avant ou après le verbe?",
eu respondi "c'est féminin, oui, et
toi? ça va?" e nós então
suspiramos ouvindo as estrelas que sobrevoavam ao redor das xícaras de café.
Banhos
meticulosos. Concentração em pequenos detalhes. A gata olha ao redor
distraidamente e fecha as cortinas. O dia está parcialmente nublado. Há um
pouco de vento. As pétalas das flores dizem que estamos em Maio. É o meu mês. É
a minha casa. É o ronronar da gata que se espreguiça sobre a almofada.
"Clear is the water that
flows from the Boyne
But my love is fairer than any"
A
babuska me ofereceu um pote de mel. Aceitei e agradeci. Eu me sentei novamente
na grama, reencontrei meus pensamentos em duas páginas, coloquei os fones de
ouvido e Pirandello disse: "Cante!". Respondi: "Não sei
cantar...". Pamina miou e Sócrates acordou. As pétalas das flores disseram
que estamos em Maio. Eu sorri
e fechei o livro.
"Red
is the rose that in yonder garden grows
Fair is the lily of the valley"
("Tu aimes la musique irlandaise?" "Oui, et toi?")
Liz Christine
Nenhum comentário:
Postar um comentário