Non aveva detto ancora
il suo nome – ne ha fatto mistero – ma lo dico io...
È Colette – la
sorellina birmana di Sòcrates che sta scrivendo una sceneggiatura e vuole tutti
i gatti nel suo film. L’étoile del suo film sarà Greta Garbo.
Colette está
escrevendo um roteiro – mas não pretende dirigi-lo. Nem atuar. Sócrates será o
diretor. Colette apenas escreve. E não a agradou que dissessem seu nome, afinal
ela ainda não queria dizê-lo. Ela não gosta de falar e seu irmão compreende.
Ela não disse nem ao menos o título do rascunho do roteiro – mas Sócrates já o
sabe porque roubou o rascunho para ler ontem. Ela também lê os rascunhos e
anotações de Sócrates sem que ele dê permissão – ah, gatunos... Além de
roubarem comida da geladeira de suas donas (os irmãos Sòcrates e Colette moram
na mesma casa) roubam rascunhos e sonhos entre si. E não há limites para a
doçura felina... Doçura orgulhosa e intransigente porém volúvel – contradição,
teu limite é...
... a Lua.
Lua fria e sensível.
Lua atenta e dispersa. Lua amorosa e egoísta – e gentil e direta mas com
sutilezas e esconderijos. Tanto faz. A família felina tem pós-doutorado em
esconder-se e em decifrar esconderijos alheios. Os humanos se escondem na
internet. As fadas se escondem na poesia. As babuskas e matrioskas se escondem
tão bem que apenas os felinos as conhecem. E as sereias se escondem em toda
parte – em palavras, em silêncios, em casa, no mar, na platéia ou no palco de
um teatro. Esquece. Tudo se mistura e se completa mas as palavras continuam
inconsistentes – as palavras humanas como as conhecemos detalhadamente livres
desenhadas em um olhar profundo que alcança a ausência de uma fuga que se
inspira em...
... dança.
A dança clássica e os
libretos. Sócrates é um admirador da música – a música nossa de cada dia e o
café nos dai hoje...
É verdade, ganharam
muito catnip. Estou tentando entender o que querem dizer ronronando... Às
vezes, escrevo o que escuto – mas isso já faz muito tempo, não é mais desse
jeito... Frenesi aveludado da Guerin – a música é para Sócrates um frenesi
aveludado da Guerin...
Às vezes, escrevo o
que a música me diz... quanto mais doce melhor... chocolate com laranja...
chocolate branco com ovomaltine... cappuccino com sorvete...
Balalaika ou Kalinka.
A página cento e oito
do livro. Ajeite as palavras ou deixe em aberto.
Liz Christine