Felinos
domesticados não falam (como humanos) mas compreendem bem a linguagem humana. Conversam
entre si e até cantam (alguns felinos apreciam música) através de doces miados.
Acho até que há os que reconhecem datas e espreitam a despensa ou geladeira. Há
os que gostam de iogurte e queijo (sim, há felinos que gostam de queijo). E
existem também os que adoram chocolate. Nada disso é indicado para gatos. Eles
bem o sabem. Mas não resistem.
“La dieta
sbagliata e gustosa per umani... Hai già visto la torta di cioccolato?” –
domanda una gatta amica.
“Sì, l’ho
già leccata...” – risponde Pamina.
Sócrates
hoje foi apresentado às irmãs de Pamina. Elas se chamam Adina e Liù.
“Ho visto
due opere che mi sono piaciute...” – dice una.
“Erano L’elisir
d’amore e Turandot...” – dice l’altra.
“La nostra
umana ci ha spiegato che ha scelto i nostri nomi perché le piacciono queste
opere. Piacere, siamo Adina e Liù...” – dicono le due gatte.
Sòcrates
ascolta la loro presentazione mentre beve un bicchiere di acqua.
As duas
babuskas assistem ao balé Marco Spada
antes do jantar. E Sócrates aguarda a sobremesa. É aniversário de um parente
humano. Haverá um jantar. Mas Sócrates está preguiçoso. Está no colo ouvindo a
música do balé e de vez em quando espia alguma cena. A coreografia lhe agrada.
Não quer espiar a geladeira com as outras gatas amigas. Hoje Sócrates se sente
mais tranquilo e talvez não se esconda das visitas, como de costume. Depende
dos tons de vozes e de diversos fatores. Tudo depende, tudo varia, tudo se
mistura – e o essencial permanece no pacato cotidiano de Sócrates.
“(...)
prosperava na estabilidade (...). Não via com bons olhos o caos entrando em sua
vida (...).” (um trecho do livro Um gato
de rua chamado Bob do autor James Bowen)
Sócrates
leu este livro mas sabe que ele próprio não é um gato de rua – ele próprio é um
gato muito caseiro, ao contrário de outras(os) conhecidas(os). Tem seus
momentos de correria e brincadeira também e, além disso, não é um gato
previsível. Nenhum felino é tão previsível quanto poderia parecer. Nenhum –
apesar das manias que obviamente cultivam diariamente...
Liz
Christine
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