sábado, 4 de janeiro de 2014

I libri


Isolar(-se). Esquecer(-se). Silenciar todas (as palavras).

Silenciar todos (os olhos).

Acarinhar a gata (soberana). Isolar(-se).

Esquecer(-se). Repetir o refrão daquela música.

Melancolia. As paredes. O chuveiro. O chão.

La doccia. Il fiore. Domani.

Esquecer(-se). Paralelos. Silenciar (todos os olhos).

Mudar a direção das palavras. Trocar o humor das ovelhas.

Mudar, trocar, substituir – não (...).

Não olhe fixamente a rede de proteção das janelas. Silêncio.

Apague a palavra /melancolia/. Mas /ella/ volta.

Contos da era do jazz.

A sílfide.

O oposto do avesso da superfície que aparenta (ser).

Sognare. Titânia e Nikiya. Pamina.

Imagens que retornam. Revendo filmes.

Editando utopias eternas. Palavras essenciais.

Linguagem gestual.

Quando a palavra não traduz o que se pensa. Quando um pensamento está em outra página. Quando uma utopia não é pronunciada. Quando é possível esconder gentis intenções. Quando é possível se desviar camuflando as reais inclinações da música.

A língua das borboletas surrealistas e das babuskas. A coreografia do segundo ato do balé. A primeira música da coletânea. Um livro de contos de Oscar Wilde. O gato descansando na janela com rede de proteção. Tudo é quietude agora.

Sim, tudo é quietude agora. Aroma de café. Pausa. Uma pausa para si mesma(o). Uma pausa para o café.


Liz Christine

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