Ela fecha
os olhos e silencia as mãos. Mãos que massageiam ombros cansados. O calor
insuportável. O frio do outro lado da página. Um livro de Balzac sobre uma marquesa
que mantém uma amante. Ou um livro inacabado de autor nunca antes publicado.
Poemas incansáveis. Olhares vagamente aleatórios. Escolhas impossíveis. Nada
mais impossível que se desvincular do café diário. Café todos os dias e noites.
Mais café. A escolha variante. Escolher não fugir – como é o costume dela. Ela
fecha os olhos e silencia as mãos.
Mãos que
massageiam ombros cansados. O calor insuportável. O frio do outro lado da
página. Escolhas mais sensatas. Paixões mais plausíveis. Nada mais impossível
que se desvincular do café diário.
Bala de
café sem açúcar comprada na livraria da esquina. Ou receita caseira de bala de
café com mel. Ou nozes. Ou dieta.
Dieta de
palavras racionadas. Fala-se pouco em certos trechos do percurso. Atravessando
distâncias controladas por defesas. Escolher não fugir – como é o costume em
certos detalhes do diálogo.
A absorção
dos detalhes pregnantes. A coreografia dos banhos da gata. Poemas incansáveis.
Olhares vagamente aleatórios. A concentração em detalhes sutis.
As leituras
intermináveis. O frio do outro lado da página. A neve que recobre silêncios
parcelados. Saboreie em silêncio. O melhor do cappuccino. A tranquilidade
infinita do silêncio preenchido. Preenchido por palavras submersas – camufladas
em olhares intensos porém sutis. E as palavras se repetem. Releia os trechos
sublinhados.
Liz
Christine
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