Não vou falar da chuva que teima em espalhar nicotina em meus canteiros de flores mal dormidas (…).
Tulipas, orquídeas, rosas brancas ou vermelhas, camélias, gardênias – elas jamais dormem (...).
Sempre despertas, sempre alertas, porém sempre desatentas e alheias – observando o mundo através de sensações mais do que puras sem racionalizar as imagens insones que teimam em brotar dos espelhos úmidos (...).
Não vou falar também das lágrimas preciosas e inquietas que teimam em acalmar os banhos que duram quarenta e cinco minutos contadinhos no despertador do celular (...).
Despertando todos os fantasmas que rondam os canteiros de flores sempre alertas e impacientes porém lentas ou sonhadoras – sonhando acordadas com o desabrochar das liberdades individuais de cada miado que corta a madrugada ou atravessa a esquina onde a chuva espalha nicotina (...).
Cuidado – tudo é proibido, inclusive fumar em mesas de cafeterias ou sentir o vento acariciando pernas nuas (...).
Cuidado – tudo é proibido, inclusive fumar no corredor do prédio ou beijar com inocência tua mulher em público (...).
Ah tédio que corta as noites em claro e atravessa minha pele durante o vôo das mariposas que caço não por fome, mas por diversão – caçar por diversão, e não por fome (...).
A fome eu aquieto com a ração diária de sushis de salmão com cream cheese e porções de rolinho primavera ou atum ao molho ponzo (...).
A fome eu aquieto também com jazz e peças de Ibsen ou Molière ou biografias da Greta Garbo e da Audrey Hepburn (...).
A fome eu aplaco com sensações mais do que puras que nascem do contato físico entre a minha nudez e os banhos recheados de pétalas despedaçadas – sempre perfumadas, sempre despertas, sempre alheias, sempre macias, sempre alertas e prontas para me beijar (...).
Liz Christine
Tulipas, orquídeas, rosas brancas ou vermelhas, camélias, gardênias – elas jamais dormem (...).
Sempre despertas, sempre alertas, porém sempre desatentas e alheias – observando o mundo através de sensações mais do que puras sem racionalizar as imagens insones que teimam em brotar dos espelhos úmidos (...).
Não vou falar também das lágrimas preciosas e inquietas que teimam em acalmar os banhos que duram quarenta e cinco minutos contadinhos no despertador do celular (...).
Despertando todos os fantasmas que rondam os canteiros de flores sempre alertas e impacientes porém lentas ou sonhadoras – sonhando acordadas com o desabrochar das liberdades individuais de cada miado que corta a madrugada ou atravessa a esquina onde a chuva espalha nicotina (...).
Cuidado – tudo é proibido, inclusive fumar em mesas de cafeterias ou sentir o vento acariciando pernas nuas (...).
Cuidado – tudo é proibido, inclusive fumar no corredor do prédio ou beijar com inocência tua mulher em público (...).
Ah tédio que corta as noites em claro e atravessa minha pele durante o vôo das mariposas que caço não por fome, mas por diversão – caçar por diversão, e não por fome (...).
A fome eu aquieto com a ração diária de sushis de salmão com cream cheese e porções de rolinho primavera ou atum ao molho ponzo (...).
A fome eu aquieto também com jazz e peças de Ibsen ou Molière ou biografias da Greta Garbo e da Audrey Hepburn (...).
A fome eu aplaco com sensações mais do que puras que nascem do contato físico entre a minha nudez e os banhos recheados de pétalas despedaçadas – sempre perfumadas, sempre despertas, sempre alheias, sempre macias, sempre alertas e prontas para me beijar (...).
Liz Christine