Não encontro as palavras – não quero palavras. Quero me deitar sobre. Quero me deitar sobre ecos de imagens sonhadas desde que – faz tanto tempo. Tanto tempo que desenho teus olhos no índice dos livros. É que te vejo em quase tudo que eu poderia vir a ouvir – eu ouço quase nada como deveria ser. E como deveria ser?, como deveria? Para ti, como deveria ser?, como tu espera que eu seja? A impaciência mora em mim. E muitas vezes me divido com a incerteza também – o quê mais eu poderia te dizer? Sim, eu quero depois de tudo me deitar sobre. E eu quero sentir muitas vezes que eu estou prestes a te encontrar mais uma vez. E não encontro as palavras porque quero apenas a tua voz flutuando sob lençóis macios – posso fumar um cigarro enquanto tu me olha em silêncio? Dentro do meu silêncio moram muitas palavras, palavras que estou prestes a conhecer – eu me descubro através dos teus olhos. Mas não sei se acredito no teu olhar – sempre há perguntas, perguntas e mais perguntas que nem sempre vou saber te responder.
Liz Christine
Liz Christine
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