quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Não são necessárias explicações



Retornei à Itália, visitei Piacenza pela terceira vez, flanei da primeira até a última página. A música me obcecava, a poesia se esticava ao meu redor, o gato e as duas gatas ronronavam, eu lia e relia, e sonhava, e revivia, olhava, ouvia e guardava minhas impressões que depois eu recolhia e saboreava na privacidade de um café feito em casa às seis da tarde.

Hoje eu vi. Vi que, neste caso, não são necessárias explicações. As borboletas já compreenderam, e eu fui dormir. E dormi bem. E acordei tranquila e fiz exercícios. Mas não desisti. A poesia se esticava ao meu redor e a música me obcecava. Minhas matrioskas sorridentes disseram: “vá, fale!”. Mas me afastei timidamente e fiz mais café.

(Hoje eu vi. Vi que, neste caso, não são necessárias explicações.)

Liz Christine