Retornei à Itália, visitei Piacenza pela terceira vez,
flanei da primeira até a última página. A música me obcecava, a poesia se
esticava ao meu redor, o gato e as duas gatas ronronavam, eu lia e relia, e
sonhava, e revivia, olhava, ouvia e guardava minhas impressões que depois eu
recolhia e saboreava na privacidade de um café feito em casa às seis da tarde.
Hoje eu vi. Vi que, neste caso, não são necessárias
explicações. As borboletas já compreenderam, e eu fui dormir. E dormi bem. E
acordei tranquila e fiz exercícios. Mas não desisti. A poesia se esticava ao
meu redor e a música me obcecava. Minhas matrioskas sorridentes disseram: “vá,
fale!”. Mas me afastei timidamente e fiz mais café.
(Hoje eu vi. Vi que, neste caso, não são necessárias
explicações.)
Liz Christine