domingo, 12 de outubro de 2014

Dodici ottobre




Preguiça. Quando me faltam idéias, leio as anotações de Ella ou de minha irmã. Tento ver o mundo através dos olhos de Bastet ou de Cristina. Ella anota sonhos mas não faz literatura. Minha irmã sim o faz. Literatura felina. Anch’io. Neanch’io. Nem sempre mostro o que escrevo – quase nunca o faço – mas as felinas sempre encontram um meio de ler todos os escritos. Leggo per prendere l’ispirazione. I sogni delle mie amiche. E não me agrada escrever na primeira pessoa do singular. Eu, io – tu, lei, noi, voi, loro. Noi gatti, voi matrioske... Preguiça. Hoje não quero escrever... vou rever um balé e jantar um carpaccio de salmão... Hoje é dia dos(as) gatos(as) – todos os dias o são...

(fragmento das anotações de Sócrates)

Liz Christine

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Il libro di Sòcrates




Às onze e meia da noite o gato está descansando. Às duas da madrugada ele se levanta e escreve em seu caderno de anotações. Escreve apenas cinco palavras e depois digita em seu computador. Completa o rascunho com mais três frases e tenta ver o céu noturno através da rede de proteção da janela. É lua crescente, ele o sabe, mas não consegue vê-la através da janela com rede. Então ele finaliza seu rascunho com as três últimas linhas. Eis aqui o texto do gato (em italiano(-:

La solitudine. Il silenzio.

Il mare, il fiore rosso, un pacchetto di sigarette.

Non ne fumare, non le parlare – lei non capirebbe (...).

Non vorrei spiegarle che ho sognato che volavo (- :

/-: ,.. Una farfalla o una gatta cacciatrice o una ballerina...

Un gatto cacciatore giocando con la solitudine di un libro –

Il libro che io scriverò in silenzio mentre guardo i suoi occhi ;-)

Annelino al naso e dieci tatuaggi – ho disegnato una fata...

(-;)e scrivo per lei adesso)

Liz Christine